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Desatinos
Hoje apetece-me desatinar
De pé comer, sentada andar
Vestir uns sapatos, calçar um vestido
Não há nada de errado comigo!
Hoje apetece-me desatinar…
Prender um inocente, soltar um bandido
Esconder a seta ao próprio cupido
De noite acordada, de dia a dormir
De preto pintar a cor que explodir
Hoje apetece-me desatinar…
À tarde jantar, à noite almoçar
Com os olhos abertos sonhar, sonhar
Sair para dentro, entrar para fora
Partir para sempre sem ir embora
Hoje apetece-me desatinar...
Parada a correr, fugir do destino
Será tudo isto somente um desatino?
© Manuela Rodrigues
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