quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Senhora do meu silêncio

Senhora do meu silêncio

Guardo palavras que me atiram
Num saco de veludo atado 
Do lado esquerdo do meu peito guardado 
À espera de um grito que quando soltado 
Todo o sofrimento seja libertado.
Enquanto tal não acontece 
Dentro do meu peito cresce
Algo que nem carece 
De uma qualquer prece
Pois quem palavras atira 
Sem as mesmas ameigar
Não necessita de ladainhas 
Para se indultar.
Neste mundo tão artificial
Há os ofendidos, os ofensores
Cada um dono das suas próprias dores.
Qual dos dois terá a razão
Quem souber levante a mão!
Nesta questão manda a prudência 
Refugiar-me no meu palácio
Lá sou dona e senhora… 
Senhora do meu silêncio.


© Manuela Rodrigues

3 comentários:

  1. Destrói o saco com as palavras atiradas com o intuito de ofender.
    Guarda apenas aquelas que faz o teu coração enternecer! :)

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  2. Sim, minha querida Laura! Faço questão de guardar apenas aquelas que me enternecem. Das outras, já nem me lembro! ;)

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