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Vento
Pobre vento que carregas na leveza do teu passar
As palavras que todos os dias atiramos para o ar.
Não deixes cair, ó vento, palavras ditas em vão
Leva-as bem para longe antes que caiam ao chão.
Por vezes és tão discreto, que alguém de ti se esquece
Ouves tudo o que se diz, até a quem não merece.
Palavras de indignação, palavras de revolta
É por isso que por vezes andas por aí à solta.
Deixa ficar comigo palavras doces e macias
As outras que assim não são arranca-as dos meus dias.
Esta responsabilidade, leva o vento a fraquejar
De rajada em rajada até a tempestade formar.
Que mais poderia ser senão a revolta do vento
Alguém conseguiria andar tão pesado e com alento?
© Manuela Rodrigues
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