domingo, 3 de janeiro de 2016

Destino...

destino...

O caudal aumenta
num rio que se alimenta
de um choro calado
o poeta escreve
e a resposta segue
num papel rasgado

 o lume crepita
e uma alma grita
um amor sufocado
o novo ano começa
e com ele a promessa
de não ficar calado

ao passar por ela
com toda a cautela
p’ra não escorregar
do bolso tirou o papel
que pintou e a dizia amar

a chuva era tanta
e a doce criança
que tanto corria
deu-lhe um encontrão
o papel foi para o chão
tanto que chovia

e as letras escritas
eram apenas pintas
naquele papel
e o amor sufocado
continuou calado
só o sabia o pincel

© Manuela Rodrigues

Sem comentários:

Enviar um comentário