destino...
O caudal aumenta
num rio que se alimenta
de um choro calado
o poeta escreve
e a resposta segue
num papel rasgado
o lume crepita
e uma alma grita
um amor sufocado
o novo ano começa
e com ele a promessa
de não ficar calado
ao passar por ela
com toda a cautela
p’ra não escorregar
do bolso tirou
o papel
que pintou
e a dizia amar
a chuva era tanta
e a doce criança
que tanto corria
deu-lhe um encontrão
o papel foi para o chão
tanto que chovia
e as letras escritas
eram apenas pintas
naquele papel
e o amor sufocado
continuou calado
só o sabia o pincel
© Manuela Rodrigues
Sem comentários:
Enviar um comentário